PIB registra queda de 4,1% A pandemia derrubou o PIB em 2020, levando o país a enfrentar a mais profunda recessão em décadas. A economia encolheu 4,1%, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (03) pelo IBGE, a maior queda desde 1990, quando houve o confisco do presidente Fernando Collor de Mello. Naquele ano, o PIB brasileiro desabou 4,35%. O desempenho do ano passado veio em linha com as expectativas de mercado, que projetava queda de 4,2%. O resultado de 2020 também leva o país a um desastre econômico mais grave que o vivenciado na década de 1980, a chamada década perdida, quando estagnação e hiperinflação faziam parte do cotidiano dos brasileiros. Segundo estimativas do Ibre-FGV, a economia cresceu 0,3% ao ano na década encerrada em 2020, desempenho pior que o registrado nos anos 1980, quando avançou 1,6% anualmente. Com isso, a última década foi a pior em 120 anos. A série histórica do IBGE, pela atual metodologia do instituto, teve início em 1996. Mas estatísticas do Ipea e da FGV trazem dados para o PIB desde 1901. Com tamanho tombo da economia e elevado desemprego, a renda per capita foi a menor da História em 2020. Ficou em R$ 35.172, baixa de 4,8% em relação a 2019. Segundo o IBGE, no ano passado, o setor de serviços encolheu 4,5% e a indústria, 3,5%. Somados, esses dois setores representam 95% da economia nacional. A queda dos serviços foi a pior já registrada. Por outro lado, a agropecuária foi o único setor que cresceu. O avanço foi de 2%, puxado pelas safras recordes de soja e café. O fechamento de hotéis, academias e restaurantes, devido às medidas necessários de distanciamento social para conter o avanço da pandemia, explicam os números negativos do setor de serviços. Até os gastos do governo, que costumam ter variações menores em momentos de crise econômica profunda, tiveram um forte tombo no ano passado, de 4,7%. Isso reflete o fechamento de escolas e demais serviços públicos, como parques e museus. Na indústria, o segmento de construção foi o mais fortemente afetado. Apesar do recorde de financiamento com recursos da poupança para compra da casa própria no ano passado, a construção civil desabou 7% em 2020.
Incluída em: 03/03/2021 - 15:04
Voltar
|