Preço dos grãos reduz IPCA A tendência de queda nos preços domésticos e internacionais das principais commodities agropecuárias poderá ser um grande aliado do governo brasileiro para que a inflação feche o ano dentro da meta oficial, disseram especialistas ouvidos pela Reuters. O IPVA acumula alta de 6,52% em 12 meses até junho, acima da meta oficial de 4,5%, com margem de tolerância de 2 pontos percentuais para mais ou menos.
Mas um alívio deve vir com a queda generalizada nas cotações de produtos como soja, milho e trigo. Apesar de não aparecerem diretamente nos carrinhos de supermercado, essas commodities têm forte repercussão em cadeias como as de carnes e de produtos de panificação. "O balanço final deve ser de uma inflação mais contida, se depender do agronegócio", disse o diretor da consultoria Informa Economics FNP, José Vicente Ferraz. O milho está sendo negociado no menor patamar em quase quatro anos no mercado à vista brasileiro, e o trigo na mínima de 20 meses, segundo levantamentos do Cepea, da USP. Em apenas dois meses, a soja já perdeu 6,5%. As quedas ocorrem num momento de ampla oferta global, por safras recordes no Brasil e a expectativa de uma grande colheita de grãos nos EUA no fim deste ano.
Neste cenário, a LCA Consultores reduziu sua projeção para o IPCA em 2014 a 6,3%, ante estimativa de 6,5% feita em junho. O economista d LCA, Étore Sanchez, lembra que uma parcela importante dos itens que compõem as medições do IPCA estão diretamente ligados às cotações dos grãos. Carnes (bovina, suína e de aves) e seus produtos industrializados, leite e derivados, ovos, farinhas, massas e panificados, além de óleos vegetais, têm a soja, o milho ou o trigo como importantes insumos de produção. O peso destes itens no IPCA de junho chegou a cerca de 10%, mais do que o peso dos grupos educação e comunicação somados e quase a mesma relevância dos gastos com saúde e cuidados pessoais.
Incluída em: 30/07/2014 - 18:47
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