FHC rechaça impeachment No momento em que os partidos de oposição ao governo se uniram no Congresso para avançar juntos no movimento pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) criticou a iniciativa. "Impeachment não pode ser tese. Quem diz se houve uma razão objetiva são a Justiça e a polícia. Os partidos não podem se antecipar a tudo isso, não faz sentido. É precipitação", afirmou. A declaração foi feita no 14º Fórum de Comandatuba, maior evento empresarial do país realizado neste domingo (19), depois de um debate com ex-presidentes da América Latina. O PSDB deve receber na próxima quarta-feira (22) uma série de pareceres de juristas que servirão de base para um eventual pedido de impedimento. Questionado se a presidente pode ser responsabilizada pelas pedaladas fiscais, utilização de recursos de bancos públicos para inflar artificialmente os resultados fiscais e melhorar as contas da União, FHC também rechaçou a ideia. "É especulação dizer que Dilma pode ser responsabilizada pelas pedaladas." O ex-presidente também comentou a declaração feita no mesmo evento pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de que a prática vem sendo executada "nos últimos 12 ou 15 anos", ou seja, nas gestões tucanas. "Eu não sei andar de bicicleta, como vou dar uma pedalada?" A Lei de Responsabilidade Fiscal é de 2001. FHC ironizou a decisão do diretório nacional do PT de proibir doações empresariais como forma de coibir escândalos como de corrupção na Petrobras. "Depois da porta arrombada eles querem fechar a porta?", acrescentando que isso é uma proposta de momento, uma jogada política. Apesar da crítica ao PT, ele rechaçou a tese defendida por alguns setores de que o PT deveria acabar. "Eu sou contra porque o PT é um partido importante, contribuiu em muitos momentos da política brasileira."
Incluída em: 20/04/2015 - 02:45
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