Explosão da tarifa bancária Os bancos brasileiros estão cobrando mais pelos serviços que oferecem, da emissão de talão de cheques à anuidade dos cartões de crédito, para ajudar a cobrir perdas com empréstimos ruins. Isso elevou a diferença entre as tarifas dos serviços bancários e a taxa de inflação do país ao maior nível em mais de quatro anos. As tarifas dos serviços bancários, que vêm aumentando mais rapidamente do que a inflação medida pelo IPCA desde agosto de 2015, acumulam alta de 11,5% em 12 meses até julho deste ano, maior avanço em quase cinco anos, segundo dados do IBGE. O índice ficou 2,8 pontos percentuais acima do IPCA. No momento em que o Brasil enfrenta sua pior recessão em mais de um século, muitas empresas e consumidores estão pagando suas dívidas com atraso. Ao mesmo tempo, tomadores de empréstimos evitam novos créditos porque a taxa básica de juros do país está no maior patamar em dez anos. As provisões (reservas) do setor bancário chegaram a 6,3% do total de empréstimos em junho, maior nível em cinco anos, enquanto a taxa de inadimplência de 90 dias foi de 5,6%, perto de níveis recorde, segundo o Banco Central.
As tarifas são uma das poucas alavancas que os bancos podem usar para compensar a diminuição do lucro e da receita em outros negócios. A receita com serviços deve crescer até 11% neste ano, conforme estimativas do Banco do Brasil e do Bradesco, quase quatro pontos percentuais acima das estimativas de inflação.
Incluída em: 23/08/2016 - 06:41
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