O efeito é de uma vez só A liberação, pelo governo, de saques nas contas do FGTS busca animar os seus depositantes a consumir mais. Nesse sentido, a medida é positiva, pois tende a estimular a demanda diante do marasmo da atividade econômica. Está longe, todavia, de representar uma mudança relevante durante os meses que restam para o fim do ano. Trata-se de efeito de uma só vez, ou seja, não constituirá um fluxo permanente de saques, segundo o consultor e ex-ministro Mailson da Nobrega. Ao que se sabe até aqui, o valor liberado - entre R$ 40 bilhões e R$ 50 bilhões - representa algo como 1% do consumo total da economia brasileira, o que não deixa de ser favorável quando se espera crescimento do PIB de somente 0,6% a 0,9% em 2019. A liberação pode fazer com que a expansão se aproxime de 1% este ano. É provável, além disso, que parte dos recursos seja usada para pagar dívidas ou para investir no mercado financeiro, sem impacto, pois, no comportamento da demanda. A medida encontra justificativa na elevada ociosidade da economia. Não há risco, portanto, de descumprimento da meta para a inflação no ano em curso. Trata-se de uma espécie de ponte para se aguardar o efeito, a partir de 2020, da reforma da Previdência e de outras mudanças nas decisões de investir e de consumir.
Incluída em: 18/07/2019 - 14:40
Voltar
|